A REDACÇÃO DA PAULINHA - 2ª PARTE

Eu escrevi logo tudo no blog, mas não consegui publicar porque o texto era muito grande e eu percebi hoje, com as minhas ideias luminosas, a diferença entre a Net e a amizade, porque a Net é virtual e só aceita uma determinada porção de realidade e, quando a nossa vida é grande nós não cabemos na Net. Eu acabei por perder a publicação na Net do meu texto à Dina (o segundo post), por causa da sua extensão, mas não perdi o que sinto, nem as minhas ideias, e aprendi que há sempre uma solução para tudo na vida (já dizia a minha mãe, “só a morte não tem remédio” e lá vêm as aspas e os parêntesis): à falta da Net tenho o meu papel e a minha caneta com todo o espaço do mundo e no café, como eu gosto, porque quando se gosta, gosta-se cada vez mais e os textos são cada vez maiores e é preciso espaço natural; então, como eu ia dizendo, vi que tenho o espaço que quiser em todo o lado que me apetece e não preciso da Net, nem do blog do coro. E que posso soltar a voz e dizer a todos os meus amigos do Coro que gosto deles, que eles também são a minha escola da vida, se calhar, vou escrever um livro sobre eles porque gosto muito de todos e descobri hoje o meu verdadeiro estilo e a minha voz (eu gostava muito do Sttau Monteiro quando era pequena e das suas Redacções da Guidinha, que eram a sua máscara e eu sempre gostei de máscaras, por isso passei de contralto a voz masculina no Coro). E assim, com a minha nova voz vou dizer tudo o que penso, porque no meu país os homens fazem o que querem e dizem o que lhes apetece, e só as mulheres que são iguais a eles o podem fazer também). Mas tudo isto faz lembrar a ministra da Educação deste governo que está a tentar mudar tudo na Educação do país, e / mas começou tudo do lado errado da vida, a bater nos professores novos e velhos, que agora já estão muito cansados da guerra, só querem discutir com a ministra e não lhes apetece educar os alunos nem os ministros futuros desta terra, onde nunca os exemplos vêm de donde devem, e onde as pessoas não se deixam educar e nunca mudam. Ora como isto que eu aprendi com a Dina era muito grande e não cabia na Net, eu vou ler ao meu coro na 2ª feira à noite, no ensaio, porque os nossos ensaios são divertidos e eles vão gostar e vão rir-se e depois, peço à Dadinha, a nossa directora, que leia no Hospital de Sant’Ana para que os outros elementos do grupo, na 3ª feira à tarde, em que eu trabalho (apesar da minha ministra achar que não). Mas como quero que todos saibam, vou fazer assim, e vou também entregar ao Álvaro, o nosso baixo, para dar à Dina, a sua mulher, nossa amiga que nos ensina tantas coisas e fica em casa nos ensaios, só vem aos concertos.
É por isso que eu gosto da Dina e do nosso coro com a Dadinha a fazer a ponte da informação. Para além disso, foi ela quem aliviou o nosso maestro de todo o trabalho de contactos e marcação de concertos, o que a fez ficar muito cansada, ouvir coisas de que se não gosta, mas deixou tempo ao maestro para recolher à sua inspiração e ser artista. E como a Dadinha faz o blog e tem mais tempo do que eu, vou pedir-lhe ainda que bata a minha redacção à máquina, que eu não gosto de computadores (quando comecei a trabalhar era à mão que fazíamos os textos já para não falar na minha infância em que havia a disciplina de caligrafia e eu chorava sempre porque tremia a mão, tirava medíocre e tinha medo de dizer à minha mãe que também era professora e estava sempre a dar razão aos professores; mas isso também é natural, porque nas profissões todos se encobrem e defendem mas eu era pequena e não percebia).
Agora já não tenho medo e vou continuar a cantar. E tudo aprendi com a minha amiga Dina porque ela é tão grande e não é ministra, nem nada. Aleluia para ela.
Ecce Gratum, para o meu Coro.

Paulinha